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O Touchback: Que Diabos É Isso?

Quem assistiu ao primeiro Thursday Night Football no dia 14 de setembro percebeu que o Minnesota Vikings saiu derrotado basicamente por causa de uma jogada: o recebedor Justin Jefferson perdeu o controle da bola antes de cruzar a linha da end zone, transformando o que seria um touchdown numa jogada chamada touchback, perdendo a posse da bola e não marcando um mísero ponto.

Imagem: LAPRESSE

Mas o que vem a ser o touchback? Meu amigo Gustavo, em seu mundialmente famoso “Dictionary to the Foot of the Letter” (Dicionário ao Pé da Letra), traduziria o Touchback como “Toque Atrás”, que, por razões óbvias, não utilizaremos (Gustavo ainda entrará em apuros com essas coisas).

Mas vamos lá: há diversas espécies de touchback no Futebol Americano:

  1. No kickoff: quando bola é chutada de um pedestal colocado no chão (cujo nome oficial é “tee”) e chutada pelo kicker. Se a bola ultrapassar a end zone adversária sem ninguém a tocar, ou se um Retornador agarrar a bola e ajoelhar no chão, ocorre um touchback. Neste caso, a bola é colocada na linha de 25 jardas para o início da campanha adversária.
  2. No punt: quando o Punter joga a bola para cima e a chuta. Da mesma forma que no kickoff, se a bola ultrapassar a end zone adversária sem ninguém a tocar, ou se um retornador agarrar a bola e ajoelhar no chão, ocorre um touchback. Porém, neste caso a bola é colocada na linha de 20 jardas para o início da campanha adversária.
  3. Nas interceptações/fumbles dentro da end zone: se um defensor interceptar um passe e ajoelhar, ou recuperar um fumble dentro da end zone, ocorre um touchback. Porém aqui tem uma pegadinha: se um defensor interceptar um passe ou recuperar um fumble dentro do campo (mas fora da end zone) e, por qualquer motivo, recuar e ser impedido de continuar a jogada dentro de sua própria end zone, ocorre um safety, e não um touchback, e o time adversário marcará dois pontos.
  4. Finalmente, a jogada que ocorreu no último TNF: Justin Jefferson perdeu o controle da bola e ela saiu do campo dentro da end zone adversária. Logo, ocorreu um touchback, e Philadelphia ganhou a posse da bola na linha de 20 jardas.

Muita gente critica esta regra, e com razão. Pensem: se Jefferson tivesse perdido o controle da bola um pouco antes da linha da end zone, e a bola tivesse saído de campo, a posse continuaria com os Vikings no local onde a bola ultrapassou a linha lateral. Mas como foi na end zone, ocorreu o touchback e a posse da bola passou ao time adversário. Por que um tratamento tão distinto?

A origem desta regra é o tratamento quase sagrado que sempre se deu à end zone. É quase uma Coreia do Norte: se alguém perder alguma coisa lá, bye bye, não tem como buscar. Houve um tempo que em um passe incompleto, se a bola parasse na end zone, o time atacante perderia a posse da bola.

Enfim, não se vislumbra nenhuma mudança na regra, a não ser que ocorra em um Super Bowl e a torcida do time prejudicado fizer piquete por dias afins na frente da casa do Roger Goodell.

Photographer: Ed Jones/AFP/Getty Images

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