preseason

Publicações Recentes

Os Treinos (Training Camps) e a Pré-Temporada

A espera está (quase) chegando ao fim. No dia 07 de agosto se inicia a pré-temporada da NFL, com jogos que não valem coisa nenhuma, mas ao menos dá para enganar a fome (um pouco). É como ter vontade de comer um cheeseburger e te oferecem uma deliciosa porção de chuchu (sem sal). Mas é melhor que nada, não é mesmo?

Mas qual é a função da pré-temporada? Bem, muitos falarão que é uma estrondosa perda de tempo, mas ousamos discordar. Como já visto antes no texto sobre a formação dos elencos, nesta fase cada time conta com 90 jogadores, que serão reduzidos a 53 até a data de 29 de agosto. E três fatores definem quem fica e quem sofrerá a tesoura: treinos, contusões e os jogos da pré-temporada.

Os treinos inicialmente ocorrem internamente de duas formas:

a) os jogadores são divididos em grupos, de acordo com suas posições (Quarterbacks, Recebedores, Tight Ends, etc.), e treinam fundamentos com seu respectivos treinador e auxiliares (mais sobre isso aqui);

b) depois, estes grupos são reunidos em equipes maiores (ataque, defesa e especialistas), chamados de unidades, e trabalham com os respectivos coordenadores para alinhar a comunicação, timing e execução do playbook;

c) finalmente, os ataques treinam contra as defesas. Com 90 jogadores, geralmente formam-se 3 times de ataque e 3 de defesa (e dois de especialistas): os titulares, ou “primeiro time”, numa tradução literal, os reservas imediatos (segundo time) e os reservas dos reservas e candidatos aos practice squads . Evidentemente isso é fluido: dependendo do desempenho (e contusões), jogadores passam de um time ao outro com a velocidade do Papa-Léguas.

E infelizmente contusões acontecem durante os treinos e jogos da pré-temporada, às vezes tirando o jogador da temporada inteira, como aconteceu, por exemplo, com James Lynch, lineman do Minnesota Vikings, que contundiu o joelho e só joga no ano que vem (se jogar), dentre outros.

Além dos treinos internos, os times normalmente fazem treinos conjuntos com outros times, geralmente com times que se enfrentarão nos jogos amistosos. Estes treinos ganham importância porque os ataques e defesas têm a chance de jogar contra outros sistemas (cada time tem um estilo diferente de jogo, como se pode imaginar.

Finalmente, nos jogos (reduzidos de 4 para 3 desde a temporada de 2022), os times têm a chance de praticar todo seu playbook e mostrar ao mundo como jogarão na temporada, certo?

Ninguém mostra nada. Os jogos são beeeeem básicos (o termo em inglês é plain vanilla, que o Gustavo traduziria como “baunilha plana”), o que, de uma certa maneira, torna a avaliação dos jogadores um desafio. Por isso muitos técnicos preferem avaliar nos treinos, especialmente os fechados ao público, onde os técnicos podem usar e abusar dos playbooks sem medo de serem felizes.

Nestes jogos, os técnicos deixam os titulares jogar durante, no máximo, um quarto do jogo. Não tem por que arriscar lesões aqui, que podem ser desastrosas, principalmente em relação às estrelas do time.

Por outro lado, é a chance de os jogadores candidatos ao corte/practice squads demonstrar suas habilidades em uma situação quase real de jogo, diante de torcida, contra outro time, etc. É de certa forma raro, mas muitos calouros conseguem um lugar no time dependendo de suas atuações nestes jogos amistosos.

Pode-se pensar: para que tanto treino e jogos se o risco de lesão é grande? Porque se não se treinar pesado nesta fase, nenhum jogador suportará os rigores da temporada. Como John Lynch, GM dos 49ers disse nesta semana, os jogadores têm que estar preparados, absolutamente prontos e “calejados” para a temporada. E não dá para chegar neste nível sem os treinos. Em outras palavras, tem que começar a tomar pancadas, mesmo que mais leves, para preparar seus corpos para o campeonato. É um equilíbrio difícil de obter, e depende muito da habilidade das comissões técnicas para obtê-lo.

Todos os Posts
Você chegou ao fim ;)