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Os treinos da primavera: Treinos Organizados em Equipe (Organized Team Activities) e Mini-Camps

John Jones/Icon Sportswire via Getty

Na semana que vem, iniciam-se os chamados Treinos Organizados em Equipe (Organized Team Activities) no futebol americano profissional, também conhecidos como OTAs. São uma parte importante da preparação para a temporada da NFL que, todos sabemos com dor no coração, só inicia em setembro. Durante esses treinos, os jogadores se reúnem para praticar jogadas e estratégias, desenvolver habilidades e trabalhar em conjunto. Os OTAs são uma oportunidade para os jogadores se familiarizarem com os novos colegas de equipe e para os treinadores avaliarem o progresso dos jogadores.

As OTAs geralmente ocorrem em meados para fim de maio até o início de junho. Eles são (supostamente) voluntários, mas tirando os Aaron Rodgers e Tom Bradys da vida, que podem se dar ao luxo de cabular aula sem ganhar ponto negativo, a maioria dos jogadores participa para garantir que estejam em boa forma física e mental para a temporada (e obviamente ganharem seus bônu$). Os treinos são realizados nas instalações da equipe, como estádios ou centros de treinamento, e são supervisionados pelos treinadores e pela equipe médica.

Nestes treinos não há contato físico, e os jogadores não podem usar as proteções corporais (os pads), com exceção dos capacetes, então a coisa mais parece um jogo de flag football. E nem poderia ser diferente, pois uma contusão séria agora seria desastrosa.

Mas mesmo sem contato físico, as OTAs são uma grande oportunidade para jogadores e técnicos implementarem o playbook (o livro de jogadas defensivas e ofensivas) que será utilizado na temporada seguinte. Times com comissão técnica nova (como, por exemplo, Carolina Panthers, Denver Broncos e Houston Texans) têm um trabalho mais difícil, pois os jogadores receberão um playbook completamente novo, às vezes radicalmente diferente do que estavam acostumados. Por isso estes times podem começar as OTAs antes, geralmente logo depois do draft, que ocorre no fim de abril. Os outros times começam no fim de maio.

Considerando que um típico playbook tem em torno de 100 jogadas ofensivas e defensivas, com uma terminologia bem específica que varia de time para time, fica clara a importância das OTAs. Memorizar tudo isso daí não é para os fracos.

COMO AS OTAs E MINI-CAMPS FUNCIONAM

As OTAs são divididas em duas fases:

  1. Condicionamento físico: desnecessário dizer que o futebol americano exige muito do corpo humano. Nesta fase, portanto, o foco é aprimorar força, velocidade, agilidade e pensamento estratégico dos jogadores, geralmente com atividades individuais;
  2. Depois, passa-se aos treinos coletivos (ainda voluntárias) geralmente divididos em 9 ou 10 sessões. Aqui se utilizam treinamentos específicos para aprimorar a comunicação e camaradagem entre os jogadores, os quais devem formar uma forte conexão, fundamental para o sucesso do time. Outros focos são consciência tática e estratégias de jogo. Durante as OTAs, os técnicos podem introduzir e refinar as várias formações, estabelecer jogadas e estratégias defensivas, utilizando inclusive treinos 7-7 (7 jogadores no ataque e 7 na defesa), onde a ênfase é no passe e nas rotas (mais sobre isto em outro post).

Após o encerramento das OTAs, ocorrem os mini-camps no início de junho, a única parte obrigatória dos treinos da primavera. É o que mais se assemelha aos treinos oficiais do verão, que ocorrem no fim de julho/início de agosto, mas ainda sem as proteções (com exceção ainda do capacete).

Vale lembrar que os times neste momento podem ter um elenco de até 90 jogadores, o qual será reduzido para 53 antes do início da temporada. Logo, o processo de avaliação dos jogadores que efetivamente farão parte do elenco final começa nas OTAs, continua nos treinos de verão e termina com a pré-temporada em agosto.

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